Ainda das relevantes diferenças entre a-socialidade e inocência
Ursa menor
Depois da tempestade provocada por uma intensa cavaqueira numa casa perdida no meio de nada (uma terra intrinsicamente "austrolopiteca" ou "paleolítica", em que um dos temas de debate era precisamente se existiria lugar mais marcadamente primitivo no território nacional, ao jeito do sketch de Monty Pithons sobre as miseráveis condições habitacionais do operariado britânico na revolução industrial ("eu cá vivo numa casa do tamanho de um baú", "mas eu, pá, vivo numa caixa de fósforos")), esgotados os convivas, vem a calmaria.
Um dos anfitriões, momentos antes tão participativo na tertúlia, desloca-se para o terraço, ao relento na noite fria (gélida, sublinhe-se), embrulhado em sacos-cama. Aqui o hóspede junta-se-lhe e faz conversa, ora mais amena.
Que lindo é o espectáculo da noite do campo, aqui está-se de volta às origens, às raízes de infância em que tudo era uma descoberta, olha, ele é cassiopeia, ele é as três irmãs, não consigo vislumbrar a ursa menor e a estrela polar.
E o anfitrião profere qualquer coisa do tipo: sim, o céu está bonito, mas eu gosto mesmo é deste ar frio, faz-me dormir melhor.
No dia seguinte o rapaz tomava chá de cebola, porque lhe tinham dito que fazia bem (embora ele não fizesse ideia a quê) e chá de limão, por estar nitidamente engripado e também não sabia porquê.
4 comments:
Não sei quem é que teve a brilhante ideia de inventar esse chá de refogado, mamma mia!
Olha que não sabe assim tão mal...
Muito a custo, lá experimentei o dito e olha que não mesmo sabe nada mal. Mas soa esquisito...
ogait, lembro-me de uma cena parecida num fim-de-semana passado em casa da RCN, perto de Braga, há uns anitos :)
Há uns loooooonnnnggggoooooosssss anitos...
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