Profilaxia

Ela: "Ainda vais experimentar a face amarga da laranja."

Amanhã este vai ser o meu pequeno almoço. Para me ir preparando.

A propos, em Persa, Árabe, Búlgaro e Turco quando se quiser pedir uma "laranja" deve pedir-se "portugal". Mais exactamente, se ocorrer uma vontade súbita da variante amarga do citrino. As coisas úteis que se descobrem na net.

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O fundo do fundo do poço.

Uma holandesa de 37 anos tem uma doença terminal. Ela escolherá quem, de entre três doentes, merece receber o seu rim saudável. Eis os ingredientes do novo reality show da Endemol. Ah, claro, o tele-espectador terá direito de participação na decisão da doadora, enviando o inevitável SMS (qual polegar para cima no Circo de Roma). Quem quiser, comente. Eu não consigo.

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25 de Setembro, Estádio Nacional

Outono, desta vez, quando chegares, não serás insultado.

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As noites dos seis graus

Tertúlias aparvalhadas.

"Ela1: Sabes, ontem a M. mandou-me um e-mail de duas páginas."
"Ele1: Ah é? Ela está bem? Ainda está com aquele rapaz com quem se ia encontrar quando nós estivemos com ela?
"Ela1: Sim, sim, agora está a gostar muito dele."
"Ele1: Que bom. Mas, agora porquê, não tinha gostado dele logo no início?"
"Ela1: Não, não, nem por isso. Entretanto esteve com outro, mas tinha um defeito, disse-me que cheirava a velho."
"Ela2: Cheirava a velho, isso é esquisito."
"Ela1: Pois, eu também achei, e ela tentou explicar-me o que era cheirar a velho, mas não consegui perceber."
"Ele2: Vai-se a ver ele tinha 70 anos".
"Ele3: Não, não, deve ser um perfume. Perfume de velho. (pausa, silêncio).......................

Old Spice."

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Sede

Vai mais um IERREÉSSE? Um IERRECÊ?

Ou uma loira? Glacé...

Hhhmm, não, só mais um IVA.

Mas já IBA. Fui. Oba. Pouca espuma, sáchavor, ó Shô Pimentel.

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Wish...

...ful thinking.

Ela: "Mas tu não tens problemas com a tua auto-estima".
Ele: "Isso julgas tu."
Ela: "Não me digas que não te conheço!"
Ele: "Pronto, está bem".

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Prenúncio...

... de uma surf trip em grande.

O relato de um fim de semana em cheio de uma amiga fez tábua rasa do meu cada vez mais precário sentido de responsabilidade profissional e incitou-me a pisgar-me rapidamente do escritório fora, pegar na minha carripana e percorrer a auto-estrada de Cascais a mil à hora. A tempo de um magnífico pôr do sol na Praia Grande.

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Retalhos da vida de um consultor

Lá fora chove copiosamente, o meu colega do lado masca ruidosa, alarve e descontraidamente a sua pastilha elástica, os meus colegas da frente palreiam em irritante surdina sobre o desfecho do campeonato de futebol, a minha lista de "to-do's" não cessa de crescer, o dia da surf trip nunca mais chega.

Para cúmulo, passam-me uma chamada do cliente que regateia sempre cada factura que lhe enviamos, em devida contrapartida do trabalho feito com esforço sobre-humano de um dia para o outro, porque era para ontem, e cujo comprovativo de leitura nos chega invariavelmente uma semana depois.

Excertos das expressões do digno representante do tecido empresarial português:

"Ó Dôtór, tá bom? Peço desculpas, mas fiquei surpreendido com os vossos honorários" - bingo.

"´Tá a ver...", estou, estou a ver perfeitamente.

"Diz que há casos em que as coisas não são bem assim...", diz, diz...

"Mas, quer-se dizer..." , começo a ter de desviar o bocal, não vá o ilustre empresário aperceber-se da minha perplexidade perante estes pontapés na Madre Língua..

"Peço desculpas, mas é que eu acho é que tenho de enfatizar." Assim mesmo, desculpas-enfatizar-ponto-final.

"Toda esta confusão é derivada de...". Derivado a esta pérola, tapo o bocal e irrompe um daqueles incontroláveis ataques de riso que me fazem despertar a memória, do fundo do baú, de umas impagáveis aulas de técnicas de tradução na Secundária de Benfica. Pobre S'tora.

"Há de concordar, né?". É, é...

"Tá bem, tá bem, tá bem, só cas coisas não são assim lineares, ó Dôtór".

"Isso é uma maneira de ver as coisas, mas haverão outras". Pois, haverão sempre outros pontos de vista. Sempre houveram, sempre hão, sempre haverão.

"Ficamos assim, atão, ó Dôtór".

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Postbox

Hoje ouvi dizer que ele há empresas que instalaram marcos de correio para uso livre dos seus funcionários. Parecia-me um gesto simpático. Bizarro, dizem-me que o propósito não será facilitar a vida a quem tenha aversão aos e-mails e não tenha tempo de se deslocar à estação dos CTT mais próxima, mas antes conceder uma oportunidade a todos para, sem constangimentos, fazer denúncias de incumprimento de regras por um qualquer colega. E ele há quem se sinta confortável a trabalhar assim. Como diria o Woody Allen, "Money is better than poverty, if only for financial reasons".

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Mais afectos

É reconfortante ter amigos, pais sapientes e maduros, que correm as estradas deste país de juízo em juízo (vai-se a ver, um dia qualquer apetece-lhes uma carrinha Volvo) e que, felizmente sem juízo, continuam a gostar de ouvir,

That's the way - Shellshock

Hold on!It's never enough

It's never enough until your heart stops beating

The deeper you get, the sweeter the pain

Don't give up the game until your heart stops beating.

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Pontaria

Henrik Ibsen disse: "A felicidade é o limbo entre a tranquilidade e o excesso". O Vaticano, sempre certeiro, decretou o fim do limbo.

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Bored

Cansaço de prescrições, caducidades, IRS, Modelos 22, da gravata, de directores financeiros, CEO's, dos chefes e dos seus BMW, Mercedes e Lamborghinis.

Urge renascer com o ritual bicaense-incógnito (vê lá, música para mim, Galopim).

Amanhã coca-cola como café da manhã, com a fiel companhia do guronsan. Depois, sol, sargo, sesta e sal.

Domingo, amêijoas, sol, sesta e sal.

Fui.

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Link transatlântico

Tanto mar. Navegar. Aceita um Jameson?

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Afectos

Um destes dias saímos.

Apanhamos sol pelas ruas da cidade.

Matamos neuras, secamos as gotas da chuva ácida que cai, dizemos coisas patetas e mimantes, metamorfoseamo-nos em formigas (curandeiras), rebentamos com índices de felicidade.

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Pipinha

N esquecer,

Em mandarim,

Pelos vistos é assim:

Primeiro o botão à direiita

(anónimo)

Depois o botão vermelho à esquerda

(publicita-se)

Começa-se pelo desvio capitalista

E acaba-se na reconcialição esquerdista. ;)

Gosto muito de vocês.

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Paris, Texas

Mais de 20 anos depois, revejo esta obra-prima. Lembro-me de que não tinha gostado. Mas, em duas décadas, alguma coisa mudamos. Felizmente que hoje, no ecran, a Nastassja está igual ao que era em 1984. E nisso ainda não mudei, ainda me desfaço com aquele sorriso triste.

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