31 de julho de 2007

Passa o tempo

Recordando-me de uns longínquos serões de domingo passados em família a ver filmes a preto e branco na RTP 2, acompanhados de umas deliciosas tostas mistas com natas, feitas no forno caseiro, que me compensavam o desmesurado esforço intelectual de tentar compreender a mentalidade sueca nos meus tenros 11-12 anitos, invento como mote de debate para um almoço em família a morte do Ingmar.

Lapidarmente, a minha progenitora declara que o realizador era, afinal, um inútil e deprimido. E acima de tudo uma grande seca.

Menciono a admiração que o Woody Allen sentia pelo Ingmar e ela insiste na recente e repetida afirmação, manifestamente rebelde, de que o Scoop é um dos filmes mais geniais da criatura.

Estive vai não vai para fazer a passagem para o Manuel de Oliveira, mas temi pelo choque que uma desconstrução total dos gostos cinematográficos da minha progenitora me podia provocar.

Temo pela confirmação de que a velhice não passa de um regresso à infância.

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