23 de abril de 2007

Porto




Acabado de chegar à Invicta, em trabalho, que aqui é que se labuta, sem antes deixar de parar em Gaia e avistar um dos quadros mais bonitos do mundo, a Ribeira vista do lado de cá. Chegado ao hotel, meto o carro no parque e o aviso avisa-me, em letras garrafais: "Por favor parqueie o carro de marcha á ré, para facilitar a saída" e, em Inglês (?) "Please put the car in arrear, to facilitate the exit"...

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21 de abril de 2007

Steve Reich - Music for 18 Musicians




"Esta música é matemática, pura".




Às folhas tantas
Do livro matemático

Um Quociente apaixonou-se

Um dia

Doidamente

Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável

E viu-a do ápice à base

Uma figura ímpar;

Olhos rombóides, boca trapezóide,

Corpo retangular, seios esferóides.

Fez de sua

Uma vida paralela à dela

Até que se encontraram no infinito.

"Quem és tu?", indagou ele

Em ânsia radical.

"Sou a soma do quadrado dos catetos.

Mas pode me chamar de Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram

(o que em aritmética corresponde

A almas irmãs)

Primos-entre-si.

E assim se amaram

Ao quadrado da velocidade da luz

Numa sexta potenciação

Traçando ao sabor do momento

E da paixão

Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais

Nos jardins da quarta dimensão.

Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas

E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.

E, enfim, resolveram se casar

Constituir um lar.

Mais que um lar,

Um perpendicular.


Convidaram para padrinhoso

O Poliedro e a Bissetriz.

E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro

Sonhando com uma felicidade

Integral

E diferencial.

E se casaram e tiveram uma secante e três cones

Muito engraçadinhos.

E foram felizes

Até aquele dia

Em que tudo, afinal,

Vira monotonia.

Foi então que surgiu

O Máximo Divisor Comum

Freqüentador de círculos concêntricos,

Viciosos.

Ofereceu-lhe, a ela,

Uma Grandeza Absoluta.

E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu

que com ela não formava mais um Todo,

Uma unidade. Era o Triângulo,

Tanto chamado amoroso.

Desse problema ela era a fração,

Mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade

E tudo que era espúrio passou a ser

Moralidade

Como aliás em qualquer

Sociedade.



Millôr Fernandes





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18 de abril de 2007

IAinda a Rita - In memoria, 17 de Abril de 2007


E já agora, quatro putos, aparentemente alheados nas suas parvas e inofensivas brincadeiras de miúdos, dispersos e descentrados, de repente começam a urlar, em uníssono, ainda antes da hora certa (9h13m), VIVA A RITA, VIVA A RITA, VIVA A RITA, e os outros três humanos com vontade de serem putos como eles...

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Rita


O dia nasce injusto. Como é possível o sol brilhar tanto no dia em que o meu frágil amigo vê a sua mãe ir-se? Abraço sentido, Luís, mas de que te serve este gesto? Faço o meu melhor, talvez te sirva de algum minúsculo consolo, ansio, já não era nada mau. Mas o dia termina em milagre. Expectativa do ansiado reencontro com os amigos que pensava que tinha perdido. Ansioso, estou, e muito. Preparava-me para partir ao à procura do reencontro, pensando que não podia falhar, preciso de vocês como o sal precisa da água. Oiço o telemóvel, é a minha amiga, pergunta-me onde estou, eu à procura de um livro que lhe queria oferecer, como gesto de humildade, de pedido de perdão. Preciso de vocês. Apresso-me a dizer "estou a sair, estou a sair", ainda antes de ouvir a sua voz, estou a correr à vossa procura, rogo-te não se irritem por estar atrasado, só quero comprar-te o livro que te quero oferecer, gesto de humildade, pedido de perdão. Preciso de vocês. Como o sal precisa da água. E tu com voz esquisita, não, não venhas a nossa casa. Em centésimos de segundo, o meu cérebro levita, suspende-se em, transe, o que se passa, que desgraça vem aí, porque me perguntas onde estou, se estou no Saldanha, e precisamente aonde? Tit, atravessa a rua, estamos na Maternidade Alfredo da Costa, a Rita, do Dani, vai nascer. Onde? Maternidade, qual maternidade, a Rita, qual Rita, o Dani, qual Dani, sim, claro, o Dani, desperta Tiago. Não acredito, que milagre, o reencontro é com toda a (minha) gente de uma vez só. Que se lixe o livro, que se lixe a casa nova, que se lixe a Nouvelle Vague, que se lixe tudo, o dia vai terminar perfeito. O reencontro é inimaginável, para lá de qualquer sonho, de um sopro reentro na vida dos meus amigos, com toda a filharada cujo crescimento não presenciei, mas que acompanharei, dos irmãos dos amigos, com toda a filharada, dos avós, esse lindo e feliz casal de avós, tão juvenis, celebrando com um beijo sentido o seu neto "treuze", dizem-me, "há muito tempo que não te via, estás igual, seco de carnes", dizem-me. E o jeito do Tuli em me fazer as perguntas certas, ao seu ritmo, sem preconceitos, sem julgamento. E a pergunta da Sophie, depois de todos estes anos, "E tu, estás bem?", essas noites insomnes, passaram?, como se nada eu devesse depois do que (não) fiz, e o olhar sincero de alívio quando lhe digo "estou muito melhor". E aquele abraço, que só os verdadeiros amigos podem oferecer, que substitui qualquer palavra. Obrigado, Tuli, obrigado Sophie. Sobretudo, Obrigado, Rita. Sê bem-vinda.

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16 de abril de 2007

I Am Vertical




But I would rather be horizontal.

I am not a tree with my root in the soil

Sucking up minerals and motherly love

So that each March I may gleam into leaf,

Nor am I the beauty of a garden bed

Attracting my share of Ahs and spectacularly painted,

Unknowing I must soon unpetal.

Compared with me, a tree is immortal

And a flower-head not tall, but more startling,

And I want the one's longevity and the other's daring.


Tonight, in the infinitesimallight of the stars,

The trees and the flowers have been strewing their cool odors.

I walk among them, but none of them are noticing.

Sometimes I think that when I am sleeping

I must most perfectly resemble them--Thoughts gone dim.

It is more natural to me, lying down.

Then the sky and I are in open conversation,

And I shall be useful when I lie down finally:

Then the trees may touch me for once, and the flowers have time for me.


Sylvia Plath.


Poesia à desgarrada entre dois blogues (muito) amigos.

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13 de abril de 2007

Desafio


Vieira da Silva, Bibliotheque
Diz o meu amigo: "Ainda haveremos de escrever qualquer coisa juntos." Já escrevemos, pá, tantas páginas.

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11 de abril de 2007



Mountain Peaks

Why is it among the most glacial mountain peaks I find the greatest warmth?

De: Ivan Granger


Sheirra da Estrela, Abril de 2007 .

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